Esquinas por ai

Aqui estou eu, mais uma vez perdido, Banhado em lágrimas causadas por dores externas.  Por vezes percebo ter novamente desperdiçado meus anos de vida; Não vejo mais motivos para tentar. Meu histórico de falhas, Minha frustração,  Meu medo, Minha culpa,  São tantos motivos pelos quais não vou. No fim, já desistiram tanto,  Traíram tanto.  Fui deveras maltratado,  Cuspido, humilhado. Sempre me vejo sozinho no fim.  Desisto de ser jogado sempre no fundo do poço;  E quando finalmente estou vendo a luz da subida,  Alguém novamente me pisa e me chuta para baixo. Não há porquê, E prefiro desistir de sofrer em prol do prazer alheio...

As pessoas fazem escolhas na vida, E nelas ganham ou perdem, Optam pelo bem coletivo, Respeitam o espaço do outro, Honram a história compartilhada, Mas alguns preferem o novo, arriscando no incerto, Acreditam que o frescor tem mais valor, E acabam por perder tudo quando a novidade se esvai, É então que percebem tarde demais. São escolhas que devemos assumir, Geralmente percebendo o erro quando já é tarde, Sem mais retorno possível. O antigo também precisa seguir adiante, Ainda que tente esperar, O tempo que resta é escasso. Sabe que não há garantias, A dor da traição e culpa o corroem, Mas a pessoa persiste, Mesmo sabendo que serão tratados pior do que agiram. Insistem que é por "amizade", Quando na verdade é mero interesse passageiro. No final, o antigo não tem mais vigor,  Se desfaz e se despedaça,  Seus fragmentos espalhados pelo chão,  E a pessoa não consegue mais reconstruir.