Esquinas por ai

Não confunda os momentos bons, Não se engane por estas fases. Não mentalize resoluções, Não acredite somente em frases. Já me decepcionei demais, Já sofri por acreditar. Já chorei por muito tempo, Já me culpei sem saber. Hoje, não mais espero nada, Hoje, não mais acredito em nada. Hoje, não me decepciono mais, Hoje, pra mim, tanto faz.

Poucas pessoas tiraram o pior de mim, viram meu lado irracional. Você foi uma delas, depois de arrancar meu coração. Eu não entendi os motivos, perguntei dias antes: Há alguém entre nós? Se me disser, eu vou entender. Você me olhou nos olhos, e disse que não. Como pode, você? A única em quem confiei, a única que não me fez enlouquecer de ciúmes. Confiei cegamente no nosso amor, mas me enganei. Fui traído, logo pelo tipo de pessoa que mais criticávamos. Sei que falhei com você, sei que não te dei o que merecia. Mas te causei tanto ódio? Tanto desprezo? Como pode escolher alguém que te vê como carne, alguém que só quer te usar e dispensar, alguém que menospreza as mulheres, e fala de fé ao vento? Eu me sinto a pior das criaturas, algo que nem deveria existir.

Eu tinha uma imagem de você, Uma imagem de perfeição. Eu a via como alguém diferente das outras, Alguém que sempre agia pelo certo. Para mim, você sempre foi a mais bela, A única entre todas. Entreguei a você meu amor, Tudo que havia de mais puro em mim. Sei que nunca consegui corresponder à altura, Nunca pude ser quem você merece. Mas, mesmo em tantas provações, Nós estávamos lá. Não havia dificuldades que não pudéssemos enfrentar, Você sempre me colocava no rumo certo. Me fazia sorrir em meio a todas as minhas tristezas, Uma luz na minha vida, enfim. Mas, sem entender bem os motivos, Você me rasgou ao meio. Me fez sentir tamanha dor, Estou perdido agora. Lamento apenas por você não ter me falado, Não ter me sinalizado nenhuma vez. Mas você se entregou a outro, Mesmo estando ainda aqui. Essa dor é ainda maior, Por tudo que estava à nossa volta. Eu estava no meu pior, E você, sem pensar nas consequências, Jogou a última pá de cal Sobre o que me restava de sanidade. Não sei mais quem so...

Eu deixei de notar as coisas simples que me fazem bem, Os gestos que são únicos, As pequenas coisas que não são de mais ninguém. Eu apenas esqueci dos nossos momentos, Como as boas coisas sumiram de minhas lembranças, Pois elas escorreram pelas mãos como punhados de areia. Quem dera não ser tarde demais, Quem dera poder construir novas memórias, Quem me dera não ser apenas a lembrança. Agora me vejo em lágrimas rememorando os fatos, E me pergunto o que aconteceu, como pude deixar passar, Eu espero que consigamos ser mais do que memórias. Que as lágrimas de hoje reguem o solo do amanhã, Para que floresçam novas esperanças e sonhos, E que os dias futuros sejam repletos de novas histórias a contar.